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A Guitarra tem Futuro?

A GUITARRA TEM FUTURO?

Artistas, executivos de gravadoras e jornalistas dão uma opinião positiva sobre a importância contínua da guitarra na música popular durante um painel de discussão convocado pela Fender® Musical Instruments.

Debatendo sobre o futuro da guitarra (da esquerda para direita) Doc McKinney, músico e produtor; Gina Gleason, guitarrista do Baroness; Andy Mooney, CEO Fender Musical Instruments.

Considerando que os gostos evoluem e a tecnologia transforma a maneira como a música é feita e consumida, a guitarra continuará a desempenhar um papel proeminente na música popular? Esse foi o tema abordado por um painel de artistas, executivos de gravadoras e jornalistas recentemente convocados em Nova York pela Fender® Musical Instruments. Nesta mesma ocasião foi apresentada a nova linha de violões Califórnia Series, redesenhada pela Fender®, que combina acabamentos em cores arrojadas, um braço com perfil fino e o característico headstock Fender®.

No entanto, em um painel de discussão animado que mencionou desde a atenção limitada da chamada “Geração Z”, semelhanças entre skate e violão e o entrelaçamento dos gêneros musicais, houve concordância unânime de que a guitarra continua sendo uma ferramenta musical poderosa e relevante e que, portanto, qualquer fato sobre a morte deste instrumento é prematuro.

“Nossos cérebros são conectados para saber apreciar o som de um instrumento de cordas acústico” declarou Matt Sweeney, guitarrista e compositor que intermediou o painel expressando a opinião consensual. “É um instrumento incrivelmente versátil que é quase ilimitado em suas possibilidades”.

O uso generalizado de trilhas de backup geradas por computador no universo das canções pop levou algumas pessoas a anunciar a morte da guitarra. Mencionando que previsões semelhantes já foram feitas antes, Caiti Green, executiva de marketing da Atlantic Records, disse que as mudanças nos hábitos de audição dos adolescentes sugerem o contrário.

Descrevendo-os como “a geração dos playlists”, explicou ela, “eles não ouvem os álbuns completos, eles apenas escolhem músicas para criar suas próprias playlists (listas de reprodução)”, o que abre mais espaço para a diversidade. “Eles vão ouvir um sintetizador, mas também estarão abertos para a guitarra”.

Alan Light, um jornalista especializado em música, acrescentou: “Listas de reprodução têm embaralhado as distinções entre os gêneros musicais. As crianças estão ouvindo mais tipos diferentes de música do que nunca”.

Falando sobre as tendências musicais e a guitarra (da esquerda para direita) Alan Light and Kathy Iandoli, music journalists; Scott Igoe, ABC Entertainment v.p.; Caiti Green, marketing director, Atlantic Records.

O aumento dos índices de público em shows ao vivo é outro reflexo do interesse pela guitarra. Atual CEO da Fender, Andy Mooney afirma: “82 milhões de pessoas participaram de uma performance ao vivo no ano passado, de acordo com a Live Nation. Isso representa um aumento de 20%. Cada geração olha para os artistas no palco como inspiração e a guitarra está definitivamente lá”.

O aumento dos índices de público em shows ao vivo é outro reflexo do interesse pela guitarra. Atual CEO da Fender, Andy Mooney afirma: “82 milhões de pessoas participaram de uma performance ao vivo no ano passado, de acordo com a Live Nation. Isso representa um aumento de 20%. Cada geração olha para os artistas no palco como inspiração e a guitarra está definitivamente lá”.

Destacando a enorme popularidade do guitarrista solo Ed Sheeran, Sweeney acrescentou: “Em cada geração, sempre existiram grandes guitarristas e sempre continuará existindo.”

Mooney, no entanto, minimizou a importância dos chamados “guitar heroes” (ícones da guitarra), mencionando alguns dos grandes guitarristas da sua geração incluindo Richie Blackmore, Jimi Hendrix e Eric Clapton, ele afirmou que “todos eles foram excelentes músicos, mas era impossível serem imitados pelos músicos comuns”. Por outro lado, observou ele, o punk rock foi um motivador convincente. “De repente, qualquer um que conhecesse três acordes e tivesse muito entusiasmo poderia tocar. O punk evoluiu para o Grunge, o Indie e o Alternativo, mas todos estes gêneros ainda são muito acessíveis e possuem um importante componente em comum: a guitarra. Isso é muito legal”.

Mesmo em ambientes musicais onde a guitarra não está no centro do palco, ela ainda desempenha um importante papel musical. Scott Igoe, um executivo da ABC responsável pela programação musical da companhia, disse que “artistas de rap tais como Kendrick Lamar e Drake possuem uma banda com cinco componentes. Eles apreciam a importância dos músicos e da guitarra, real e poderosa.” Ele acrescentou: “É só uma questão de tempo para que a guitarra venha a ser o centro das atenções no palco”.

Os participantes (debatedores) também destacaram que a guitarra continua sendo uma ferramenta de composição essencial para os músicos em todos os gêneros. Doc McKinney, um produtor que trabalhou intensivamente com Chance the Rapper, The Weeknd e Florence and the Machine, disse que apesar do uso de softwares tais como Pro Tools e outros, ele ainda conta com uma guitarra para compor as músicas. “É mais expressivo e prático”, disse ele.

Gina Gleason, guitarrista da banda de metal Baroness, toca utilizando inúmeros pedais de efeitos, mas também depende muito de um violão para composição. Ela acrescenta: “Eu amo todos os meus efeitos, mas se não funciona em um violão, não é uma boa música.”

Os participantes concordaram que o domínio da guitarra continua sendo um objetivo especial das crianças que procuram o desenvolvimento. Sweeney fez comparações com o skate afirmando que passar horas tocando guitarra ou passar horas em uma pista de skate atende as mesmas necessidades sociais. McKinney acrescentou: “Quando os DJs começaram a tocar com os toca-discos, aquilo foi legal. Contudo, uma vez que alguém passou a fazer a mesma coisa utiilzando o software Serato, isso passou a não ser mais legal. O mesmo ocorre com a guitarra: as crianças querem desenvolver uma habilidade que as diferencie”. Alan Light destacou que “a School of Rock em nosso bairro está comendo pelas beiradas. Eles estão obviamente buscando pessoas com fome de aprendizado”. Green sugeriu que a geração que cresceu imersa em computadores e smartphones está “tomando um novo interesse pelo ato físico de tocar uma guitarra”.

Apoiando a sua afirmação, Caiti Green citou o entusiasmo das multidões em shows do Portugal the Man, uma banda vencedora do Grammy com foco na guitarra. “Você vê as crianças na platéia completamente paralisadas”, disse ela.

Enquanto alguns lamentaram o “limitado período de atenção” da Geração Z, os participantes disseram que este mesmo grupo aproveita entusiasticamente as novas ferramentas digitais para aprender a tocar guitarra. Mooney revelou que o Fender Play, o programa de aprendizado on-line da empresa, possui atualmente 40.000 assinantes.

“Estamos apenas começando realmente a crescer com um aplicativo para sistema Android, mas o crescimento tem sido muito encorajador”, ele relatou. McKinney disse que a nova geração abraçou o Youtube e outros vídeos para dominar a guitarra. “Esta é a geração do faça você mesmo”, disse ele. “É ótimo ver limitações financeiras para aprender a tocar guitarra caindo por terra. Isso leva a um maior número de músicos”.

Mooney disse que o crescimento contínuo das vendas do Ukulele – 1,1 milhão de unidades em 2017 – também promete para o futuro da guitarra. “Eu acho que o Ukulele poderia ser o começo de um relacionamento duradouro. Uma criança de dez anos começa a tocar um Ukelele, se forma em guitarra e, ao longo de um período de 25 anos, nós criamos uma relação duradoura com ele”.

Fonte: MUSIC TRADES – Maio de 2018

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